Poema
Nos teus seios ceio
Sob teu desejo arquejo,
Sucumbo em teu receio,
Quando te cheiro, adejo.
Vasculho seu rosto egípcio
E, ao cravar os olhos em mim,
Sinto um arpão egnío
Me achar no mar sem fim.
Nos teus beijos verdejo,
Teus beijos sabor de água
Já são de casa, já são cortejo...
Sem cerimônias... Deságua!
Nos teus gemidos deliro,
Do seu suor faço tonel,
Teus quadris são meu retiro...
em ti faço meu pinel.
Rasuro teus poros e pêlos,
Mesuro teus beiços baços.
Degusto sorrisos e apelos,
Enquanto me mastigas com seus abraços.
Enfim, caio vencido sobre seu pardo;
Tu me ninas com sua respiração
E enquanto respiro qual leopardo,
Escuto a noite, a rua e teu coração.
(Leonardo Praciano)
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