A Garganta da Serpente

Leonardo Praciano

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

ANÔNIMA

Sonha ela na passarela
Enquanto acelera na viela
Sua realidade é favela
Sua ficção vale mais que mil novelas.

Ela cora o beijo com batom
E pinta o cheiro com Avon
Seu cabelo não é dos bons,
Nem tinha sexo nos ultra-sons.

Ela pega trem, ela pega lotação,
Ela pega vento, gripe e a dor pela mão.
Ela é filha única entre quatro irmãos
Fica-lhe a luz, a roupa suja e os sermões

E ela releva, dribla, assovia... dá de doida
Porque nessa idade é proibida a derrota.
Sonha ficções, beija fragrâncias, dribla a bancarrota,
Porém o trem lotado de irmãos a deixa moída.


(Leonardo Praciano)


voltar última atualização: 19/04/2017
13529 visitas desde 01/07/2005

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente