A Garganta da Serpente

Leonardo Andrade

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Lágrimas

Choro....
Através das lágrimas expulso você de mim.
Rio de tristeza, formado por afluentes de decepções,
desaguando rumo a um mar de solidão.
As lágrimas como uma torrente, arrastam nossas
lembranças, destroem nossos castelos e acabam com tudo
que plantamos e jamais vamos colher.
O solo, agora estéril, guarda a mágica lembrança da
semeadura, talvez a busque numa nova safra.
Desfazem-se as crenças, quebram-se as promessas, rompem-
se as verdades definitivas, as juras desaparecem como
por encanto e a noção de realidade oscila e se (auto)
questiona.
Amar é a suprema arte de se refazer mesmo quando suas
peças aparentemente não encaixam e nenhum modelo parece
viável, é o místico gabarito que diz certas às questões
erradas e nos aprova mesmo estando inaptos, deixando a
sua verdadeira validação para um momento futuro.
Sempre existirão novas provas, novas chances, novos
padrões ...
Agora é só chorar para extirpá-la de mim, deixando um
vazio que embora hoje pareça definitivo , não será
jamais assim ...
Jamais ...


(Leonardo Andrade)


voltar última atualização: 06/03/2003
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