Das paisagens fugidias
Vislumbro, sob o signo da manhã
Que o sol estende pela terra nua,
O fim de tudo o que se perpetua
Somente o quanto dure o seu afã.
É a própria vida que vislumbro, crua,
Que se desdobra em morte no amanhã,
É a vida alegre e ingrata, atroz e vã,
Que nos desvãos da carne se insinua,
E que também nos duros minerais
Habita, e habita até nas comunais
Explosões deste sol que nos aquece.
Amanhece. E eu, que vejo esta paisagem
Em fuga, sei que é só mais uma imagem
Que se vê todo o dia, e que se esquece...
(Lenin Bicudo Bárbara)
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