EXTERNIDADE
A lua e a estrela formam um belo par num céu ainda meio esverdeado do
entardecer.
Este é o cenário da agonia de uns, do vício de outros.
O peixinho no aquário é a visão de quem vai enlouquecer.
A fumaça do cigarro; o horizonte sendo dominado por concreto e luzes.
Procura-se um sentido nisso tudo.
Balas e baladas não vão adiantar.
A ocupação desenfreada do pensamento menino.
A ocultação poética do sentido aguçado pelo som.
Cinzas caindo em folhas brancas...o passado está queimando.
Existem novas folhas para preencher. Aprisionado não se pode ficar.
Mas o fogo chama os olhos e acende o desejo.
À espera de mais um milagre. Quase o fim de um dia...Quase o início
de outro...
O tempo nunca acaba.
(Leiliane Valadares)
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