A Garganta da Serpente

Leandro Ilek

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página
LEMBRANÇAS DA MINHA TERRA

Minha terra não tinha nada,
Somente um monte de sujeira.
Minha terra era grande, porém, suja,
Onde os urubus se aglomeravam.
Minha casa era de papelão,
Presa com tiras de nylon, tiras firmes
para que o vento não as levasse.
Nada era bonito, mas era minha terra.
Minha terra era uma terra escura,
Minha terra não era só terra, era lama,
Como óleo queimado dos carros novos.
Minha terra tinha óleo de carro.
Ai... minha terra, como eras minha,
Nunca tive dinheiro para te comprar,
Então soterraram, fizeram lojas,
E nunca mais pude passar.


(Leandro Ilek)


voltar última atualização: 20/08/2001
5529 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente