A Garganta da Serpente

Leandro Duarte

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Andanças Infindáveis

Fez-se, pós-festivos estremecimentos corporais,
O deserto caseiro de inevitável rancor.
Desbravado é, pois, sem dó nem muito menos torpor
Como a noite anterior: de danças joviais.

Uma pseudoescalada pelo céu absorto,
Pueril tentativa de sangrar o sol nazista.
Ali, onde a vida é andada e não muito vista.
Para a sustentação do físico semimorto.

Como um calango, carrego só meu próprio caixão
Pelos faltosos plebeus a meu mando - um desacato! -
Ando e desando e estouro a raiz do mato.

Prossigo, entre crânios calados, sem o menor tesão;
Sonho e sou seres alados e imaginários
Desviando-me. Destino: novos campanários.

Aqui se quebra o soneto e transpassa a prosa de um andarilho indolente.

(13/03/02)


(Leandro Duarte)


voltar última atualização: 08/06/2004
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