Espetáculo Noturno
Das noites de carnaval
entre vinhos e máscaras
fez-se um corpo.
Não era de cristal
tampouco de metal
era um menino, um marginal,
um homem, um canibal.
Seu canto era lírico,
sua voz era trêmula.
Seu aspecto: vaidade,
sua face: lume.
- Onde habita tanto barro
se não vejo nenhum pó?
Nos seus vasos venosos
concentraram-se a coragem e o medo,
o tormento, a exultação,
a astúcia e a lentidão.
Entre celebrações e mistérios,
os toques e as perdas dos sentidos
descobriram-se vestígios,
visões e traços míticos.
(Leandro Dias)
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