Beber até que os estilhaços se cravem na pele
e o cristal se quebre em pedaços capazes de destroçar os lábios
e amputar a língua
(que nunca mais te poderá nomear)
e assim encher novamente o recipiente
(o cálice ou as mãos de um cadáver)
com o líquido tíbio e espesso que brota do lugar onde antes nascia
a palavra.
(Poemas do livro "menos que o silencio")
(Laura C. Skerk)
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