CONDENAÇÃO
Condenado!
eis aqui um veredicto
de um julgamento à revelia
pois, nem bem estiveste ao meu lado
como prova do dever cumprido,
se pudesses ter estado
sem que se tivesse ido,
deste encargo eu te livraria...
Nunca tiveste tempo...
e quantas vezes te busquei ao meu lado
para encontrar a cama fria;
e agora, choras desolado
reclamando da nostalgia
a mesma que eu sentia...
Pobre coitado!
Que te perdoem os Santos
todos os Anjos de plantão,
que te dêem deferimento!
não conte sobre o nosso tempo
nem ao menos fale da minha paixão,
esta cairá no esquecimento
quando se fechar meu caixão...
E então, deixes falar o vento
e te dirá da minha saudade
contará que aos poucos eu morria
buscava-te nas horas
nos minutos que passavam lentos
era triste a agonia
de não ter tuas mãos a me ninar
e o maldito tempo a passar....
Bem disseste...
acabou o jogo
e nem podes olhar agora o meu semblante
pois, se bem o fizesses
saberias neste instante
o quanto pude te amar...
Mas, quem mais perdeu fui eu
pois, tens ainda minha lembrança como companhia
do tempo em que eu te queria;
sei de cor as tuas falas
quando trazia de volta as minhas malas
...esse tempo feneceu
talvez nunca tenhas visto,
ao meu amor nunca percebeu,
o amor está proscrito.
tenho dito..
(Lara Cardoso)
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