Metade Mulher
Invado o teu espaço premente
das sombras escuras, a agrura
sou só um ser doente
silente e sem cura
do tempo de outrora
onde carrego um resto de vida
transporto a dor de dentro pra fora
e não encontro a saída
A areia que mede o tempo,
a fragilidade do vidro
não faz meu compasso mais lento,
nem refaz o caminho perdido
Entranho-me em tua luz assim
na ânsia de um abrigo perene;
mas a vida toda tênue
faz do meu pranto, apenas folhetim...
(Lara Cardoso)
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