A Garganta da Serpente
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É tão sombria que não se vê. É tão estranho que não se entende. É cinza nos dias de alegria, de tão certa que é a alegria não conheço o cinza. Não há como sentir nesse mundo, não com tanto frio. Não se sabe bem o que é sentimento, nesse mundo onde só se conhece o que é dor. Esse mundo nunca soube o que é amor, pois só se sabe o que é quando lhe dão. Nunca deram amor a esse mundo. Dor já lhe deram, por isso ele sabe o que é. Mundo perdido nunca descoberto. Só se espera que alguém o descubra, que ele possa sentir mais do que dor. Há outros mundos, mas todos em outros universos. É como se nada existisse nesse mundo... A não ser eu que me sinto como Ahasverus. Um novo tantalo, sem conhecer o termo do existir. Um fantasma a vagar sozinho, com um único sentimento que esse mundo lhe dá. E quando perguntarem que mundo é esse que ninguém mais conhece, será fácil descobrir... tão fácil... Esse mundo está em um universo distante e ao mesmo tempo tão perto... É só olhar dentro de mim e verá esse mundo que me cria, que me guia. E se quiser habitá-lo, mostre-lhe o que é amor e se tornará um novo Éden com duas pessoas, para sentir o que é bonito e descobrir o que esse mundo pequeno tem além de um pobre coração. E pensar que esse mundo não morre, mas ele nunca vive. Por que ele não morre? É fácil. Sua força é quase santa. Mas vive a invejar os invejosos. E quando descobrirem dirão: -"ele não morre!" E ele nos dirá: - "Mas nunca vive..."


(Kyara)


voltar última atualização: 05/12/2000
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