Cobriram de lamentos o meu corpo
E, arrastada, senti-me caída
Purgaram o que havia sido puro
E, algemada, sangraram-me em ferida.
Após a partida do que não foi
Sentei-me, paralítica era a dor
Os meus passos não se arrastavam
E minh' alma secava a água, o amor
Demónio se cruza com seu Pai
E vai, sem lamentos, cair em mim
Um pedaço que jamais tem fim
(E meu estado já não era morto)
Luz que vem das trevas e do sol
Contaminar a alma já esquecida
E, existe de novo o ser, de novo a vida...
(E fugiram os lamentos do meu corpo)
(Março/2005)
(Kiara Ukume)
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