A Garganta da Serpente

Karla Hack dos Santos

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Pela Manhã

O vestido escorrega na pele,
Alva de amores,
Levemente tratada pelo perfume de cereja.
Um toque de blush.
Soltando os cachos escuros,
De um olhar confuso armo-me.
O que terei de errado
Além da óbvia insegurança?
Como ser segura
Se nem amada fui?
Como permitir ser amada
Se ninguém é capaz de ousar?
O que está incorreto?
Coloco os brincos.
Salto alto.
Fito o espelho,
Sincero e mentiroso amigo.
Abro um sorriso,
Enquanto rezo para ser notada
Por alguém que me veja como mulher.
Mais do que amiga
Mais do que capacitada
Mais o que apenas um rosto atravessando as ruas.
Uma último olhada.
Saio.

(Karla Hack dos Santos)


voltar última atualização: 01/12/2008
11578 visitas desde 01/12/2008
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente