A Garganta da Serpente

Karin Schmidt Rodrigues Massaro

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INÊS

Não fomos ao enterro da última Inês morta.
Nada mais importa, só ficou o perfeito começo
das rosas rubras e passionais.
Restou a incógnita lágrima
Será tudo o que eu mereço?
Tarde demais, eis os jornais:
Já noticiaram o sumiço
do arco-íris mais lindo,
mais perfeito do horizonte vulgar.
Lamento ter saído da cama,
como este verão me faz mal!
Sinto sua ausência presente
dentro das minhas vestes.
Sinto você, sim, ainda sim, Deus!
Agora que o vento corre sem alma,
e que o sangue gelou minhas veias,
e não posso mais escrever,
leve-me à coroação da rainha Inês.


(Karin Schmidt Rodrigues Massaro)


voltar última atualização: 26/10/2009
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