A Garganta da Serpente

Junia Bittencourt

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TRANSFORMAÇÃO

Rompe-se tudo dentro de mim
Ouço o barulho da quebradeira
Até dói... Os vidros se partem. Os cacos caem
Há dores derramadas por todos os lados

Há tristezas escorrendo nos veios do chão d'alma
Derruba-se o muro guardião das dores
Há uma tremenda ebulição em mim
Vai ao chão todos os valores

Existe uma confusão, uma mistura de coisas
Um pântano de paixões inúteis e amores tontos
Uma mistura de cheiros no ar
Uma soma de sabores nojentos.

A boca escancarada, pronta pra gritar
Cai por terra crenças e aprendizados
Tapo os ouvidos com as mãos, mas o som aumenta
Aperto os olhos, mas as imagens são mentais

É na velocidade do vento que tudo acontece
Há rodopios. Há um ciclone interno varrendo tudo
Fazendo desordem, tirando e mudando coisas de lugar
Há um lago de incertezas transbordando em mim.
Há lacunas sendo preenchidas. Até dói...


(Maria Morena)

(Junia Bittencourt)


voltar última atualização: 15/08/2006
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