A Garganta da Serpente

José Marcelo Siviero

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15 DE AGOSTO

Chega um momento em que as esperanças parecem mortas
Figuras inertes
Chega um momento em que as vozes do futuro se calam
Silêncio perturbador
Chega uma hora em que a luta contra o mundo dá lugar à fadiga
Quando os ombros que suportam o peso
Rangem fatigados e esgotados

Em um dia tudo acabou
Nada de nada restou
Mas uma hora o dia há de amanhecer
E será o despertar desse longo sonho

Numa madrugada fria
Sombria e nebulosa
Descobri que amar é só uma mera possibilidade
Ah, o amor
A velha arma dos poetas
Nada
Somente mais do mesmo
Uma arma letal
Ouça esse manifesto:
Deixai os poetas em paz e pare de provocar guerras
Nos corações dos trouxas

Amar, mera possibilidade
Mera especulação
Amar é
Caminhar com os pés descalços, calçados com espuma de sabão,
Sobre o painel de controle de ogivas nucleares


(José Marcelo Siviero)


voltar última atualização: 22/07/2005
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