A Garganta da Serpente

José Marcelo Siviero

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MAL-AMADO

Sou mal-amado, é verdade
Contudo não sou resignado
Encarno o espírito inconformado
A arte de não concordar
De resistir a esse mesquinho desígnio
A esse destino corrupto

Condenado à derrota
Apaixonando-se sempre pela pessoa errada
Sendo sempre desprezado
Passado para trás
Condenado sempre ao sofrimento
À derrota e humilhação

Derrotado, azarado, humilhado
Ridicularizado, limitado, mal-amado

Enganado por uma
Desprezado por outro
Essa falta de amor, de paixão
Chega a ser revoltante
Enquanto todos triunfam
À mim é reservada a amarga derrota

Derrotado, azarado, humilhado
Ridicularizado, limitado, mal-amado

Sempre tentando conquistar
Sempre dando com a cara nas barreiras
De aço impenetráveis
Eu não tenho direito a esses privilégios
A mim só resta a patética resignação
E alguns goles da maldita inveja

Não posso amar quem amo por causa de um mero detalhe
Não tenho esse direito
O que fazer agora? Quo vadis?
Nada. A única coisa a fazer é tocar um heavy metal

Derrotado, azarado, humilhado
Ridicularizado, limitado, mal-amado


(José Marcelo Siviero)


voltar última atualização: 22/07/2005
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