A Garganta da Serpente

José Magno

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

NOSSA DESGRAÇA

(Para Álvares de Azevedo)

Deu meia noite. O poeta está imerso
Num mar de idéias, procurando estratagema
Que lhe permita construir o último verso
Finalizando, pondo um ponto no poema.

A noite avança e madrugada vai adentro
E nada surge, uma idéia, um sentimento
Que dê a ele algum socorro bem no centro
Da tormentosa busca - é muito sofrimento!

E ele pára, pensa e busca nos antigos
Poetas e também nos novos, seus amigos
(Ao que parece fazem poemas de cor)

Até concluir: não ter poema é bem pior
Do que um pintor sem tinta em sua aquarela
Ou que um vate sem vintém para uma vela.


(José Magno)


voltar última atualização: 05/03/2007
11705 visitas desde 05/03/2007
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente