A Garganta da Serpente

Jorge Ricardo Dias

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No frontal

No final das contas
tudo se defronta
tudo se converte
na grande questão
Tanta solidão
bem na multidão
Fino navegar
Precário viver
Se o devir é louco
acha ouvidos moucos
Temos lido pouco
e vivido menos
Sonhos que eram grandes
hoje são pequenos

Rota de si mesmo
navegando a esmo
singra o remador
sangra a sua dor
que não compartilha
Ilha entre ilhas
gélidos albergues
muros de icebergs
Viking pós-moderno
viu que internamente
é de gelo eterno
esse nosso inferno
de ranger os dentes

Mas a nossa escolha
é a Quinta folha
Do trevo da sorte
Onde só tem quatro
Nesse anfiteatro
de Comédia Grega
ou Tragédia Inglesa
Shakespeare em Atenas
sei que só e apenas
o que arde cura
incendeia as tardes
faz nunca estar cedo
nem jamais ser tarde
Nos enche de medo
sem sermos covardes


(Jorge Ricardo Dias)


voltar última atualização: 01/10/2002
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