A Garganta da Serpente

Jorge Alarcão Potier

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SONETO V

Trago nestas mãos trémulas um sonho
formado por imagens que os meus dedos
guardaram ao passar p'los teus segredos
e agora, desfocadas, eu componho.

Arrasto os dedos p'la mesa e transponho
para o tampo macio, sem ter medos
as curvas e relevos e enredos
que o teu corpo acendeu. Lume medonho!

Marcado pelas brasas, por um ferro
aceso no incêndio que te envolve
nem percebo se ainda vôo, se aterro.

Dilema ou sensação que se resolve
quando a fusão dos corpos, como enterro
nos cobre e junta aos dois, e nos dissolve.


(Jorge Alarcão Potier)


voltar última atualização: 13/03/2007
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