A Garganta da Serpente

Jorge Alarcão Potier

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I

Era de noite
e a palavra bateu à porta do sonho.
Era de noite
e como em outras noites, o sonho estava acordado.
Era de noite
e o sonho foi sobressaltado.
Era de noite
e a palavra veio devagar,
sem sentido inicial ou especial significado.

Lentamente
obsidiante, só ela importante.
Finalmente
aquela era a palavra!

Era de noite
e o meu sonho era real.
Aquela eu buscara
como Santo Graal !

Ecce !

Única, que transmutava
a minha frase em poema
pelos meus poros suava
era uma jóia, uma gema.

Porque a palavra não fere o silêncio.
Aborda-o, apura-lhe a leveza
é a face e o reverso, a alegria e a tristeza.

Tudo diz só por ser lida
mas nunca arrependida
por mexer com as pessoas, traz-lhes coisas más e boas.
Porque a palavra é Vida.


(Jorge Alarcão Potier)


voltar última atualização: 13/03/2007
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