A Garganta da Serpente

Jorge Lima

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"O amor rege a música do corpo"

Se eu não te deixasse cantar e ao invés
colasse meus lábios contra os seus,
Invadindo sua boca, roubando seu fôlego
Arrepiando seu corpo...
Seus olhos vão pairar sobre os meus
Minhas mãos descansar no seu rosto lindo.
Faremos carícias com os cílios
Despertando sorrisos marotos,
seguidos por pequenos beijos curtos
E estalos...
Assim que olhamos no fundo de nossas almas
Fixamente, levemente.

Parece que o tempo congelou:
as guerras, a tristeza, e a fome.
Tudo não importa mais
a não ser aquele breve momento
No qual a gente se diz amar.
Lá no fundo dos nossos peitos
Dois corações querem se desgarrar,
Se unir
Bater ao mesmo tempo, despertar...
E nem mesmo os abraços quebram nosso olhar.

Alinhadas pela distância perfeita
Nossas bocas se aproximam na tentativa de um beijo
E para sentir o cheiro de seu batom
Estou tão perto, que roubo seu oxigênio.
Respiramos juntos, por igual
Você me inspira, eu te expiro,
Enquanto nossos olhos bailam
Se contemplando como num ritual...

Minha boca salivando, querendo seu gosto.
Vira teu rosto e mostra seu pescoço
Jorrado por seus cabelos negros,
descendo como vários rios em sua pele branca.
Seu toque, seu beijo me traz o arrepio
Suor que deságua nos meus cabelos
Quando me afomento na sua nuca
e durmo nos seus peitos.

Quero morder o seu queixo,
sussurrar safadezas na sua orelha.
Quero sua intimidade,
Beijar todos seus lábios
e violentar seu pescoço...
Quero te dar prazer
Te fazer mulher
de alma, de mente,
de carne, e de osso.


(Jorge Lima)


voltar última atualização: 25/10/2006
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