A Garganta da Serpente

Jorge Lenzi

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EU NO ESPEHO

O tempo passa
sob meu olhar
e se amontoa
nos ombros
com a intenção de me ensinar.
Meio sem jeito,
vejo um grisalho
no espelho a viajar
pelos escombros
da memória que ecoa.
E o conhecimento
criva no peito
imagens infinitas, sobrepostas,
cálidas, copiando momentos:
atalho
fuga
ócio
vício
medo
sa - cri - fí - cio

O que perpassa
nesse meu versejar,
nesse poema à toa,
em meio aos assombros
e à indignação
de ver a idade caminhar?
É um defeito
não ter coragem para encarar
a morte,
nem agasalho para cobrir
o frio espelho.


(Jorge Lenzi)


voltar última atualização: 08/09/2009
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