A Garganta da Serpente

João Manoel de Oliveira

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Criança Morta, 1944

Naquele dia infausto,
Pairava sobre a cabeça
Um denso azul escuro de dor.
E nas mãos fracas do humilde pai,
Jazia, o ser descarnado.
As lágrimas visivelmente arredondadas,
Escapavam de suas faces, por um grande milagre...
A esperança da frágil família,
Descambava para o pequeno infinito e
Num desespero colossal, o desacreditado pai,
Ergue a uma certa potencialidade, a infeliz figura.
Mas o inesperado acontecimento, não acontece.
O corpo sufoca o grito inaudível e
No mar de pensamentos tristes,
As palavras deixam lembranças.


(João Manoel de Oliveira)


voltar última atualização: 14/02/2009
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