A Garganta da Serpente

João Manoel de Oliveira

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Lenigrado

No rumor súbito do martelo,
A dura paisagem refletia os mutilados,
As convicções mantinham-se perpétuas
Mas o simples mentalizar, a simples ação,
Eram simples de mais.

A inevitável tragédia transformou-se em cômica
E os sorrisos alargavam-se nas mínimas faces,
As quais traziam enormes alarmes confusos.
Mas eles não davam crédito, na infelicitável tarefa,
Havia milhares de consciência firmes.
Há muito, os destroços fortificavam os flancos,
Porém no metralhar das idéias, as palavras,
Traduziam um universo nebuloso de estrelas de enxofre.
No movimento constante das tropas, os ruídos da batalha,
De longe carregavam o mistério dos aprisionados perdidos.

A alma a cada dia transparecia as vontades,
Nesse tempo ninguém saia de casa.
As comunicações ocorria por criteriosos ditongos disfarçados,
Eles ficaram estadistas em paises esquecidos,
Era um tempo difícil de viver, de versos difíceis de entender.


(João Manoel de Oliveira)


voltar última atualização: 14/02/2009
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