Hiperguetos
"Lateja. Você sente que lateja." (Mauro Gama)
"... tão embotados vivemos." (Graciliano Ramos)
Bailadora-Mãe
parideira
dentes de louça
macro-vaca
em aboio
dezembros fundidos todos
no cavo-Mãe
vem ser rio-desgaste
zoando as colunatas
vem ser entravo de gomo seco
limalha de alumínio no olho
dedos condutores
infiltrados
sol barulhando
seu corpo:
malha tensa sobre dois gumes
tensidão com cavidades
do mais denso rigoroso
Gavião-Ovário
sorvendo seu uarubé
aprendeu por carnadura -
laivos de moto-boy
rubro encarnado de buças
o tempo nas frinchas
abrir -
palmo a palmo
os beiços grossos
da
galáxia-fenda
arreganha-la:
mire -
o rendilhado de cafifas
o Agiota é personagem sem vala
com olhinhos seviciadamente suínos
trincha boy's
sob a sombra dos barracos
é gorda a fauna
vista
pela brecha evadida
em éter ou borra
(intermezzo
1)
a Virgílio
Neto
côa a
borra da borra
insossa
mas não
dispensada
solda ornato de
agonia
que é cova cova
improvisada
desova
pretume de borra
seja muralha, seja embuste
delação de peixeira
que entre costelas
acha morada
socorra
o que desaba
a borra da borra
racionada
"empurra
Béiby-Dole pros lençóis (embarga o ato,
a disciplina do ofício
esses pensamentos fora de teipe)
Dole-Biscate, não vai mais piar,
serviço feito
tô saindo"
(João Filho)
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