A Garganta da Serpente

João Batista do Lago

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ORFANDIDADE

Fez-se-me o alvorecer
Duma manhã friorenta
Entrecortada de neblina

Os nós que me prendiam
Foram todos ablaqueados
E, então, vi-me pássaro

E voei sobre minha eternidade
E lá bem distante grunhi pensamentos
No silêncio da humanidade

Senti de todos os espíritos os lamentos
Passarem ligeiros como tufões
E os vi se transformarem em poeiras

E no encadeamento do grande eterno
Juntei todas aquelas leiras
E ungi meu corpo de sagração

E voei... voei... voei... voei...
Tão alto que me perdi no espaço
E pousei como um anjo no orfanato do sagrado


(João Batista do Lago)


voltar última atualização: 14/07/2009
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