A Garganta da Serpente

J. Monjellos

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

O Bicho

Havia um bicho
Coberto, deitado, acuado,
Olhando, assustado, molhado.
Sozinho no meio do lixo.

Nenhuma ferocidade
Nos olhos de tristeza serena
Na pele suja, morena,
Na calçada dessa cidade.

Ainda era cedo.
O dia mal acordava
O povo que por lá passava
Olhava-o e tinha medo.

Medo que a gente sente
Pois o destino ou o azar
Pode nos transformar
Naquele ser indigente.

(fevereiro 12, 2004)


(J. Monjellos)


voltar última atualização: 19/10/2009
9183 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente