A Garganta da Serpente

J.Geraldo Neres

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o sol do meio dia

o sol do meio dia
não veio nos visitar
meu anjo
não guardou
o lugar na primeira fila
o filme está prestes a começar

guerreiros inflamados
desnutridos de cultura
com armas em punho
espumam líquido rubro
conspiram contra almas
(ainda inocentes)

o sorriso
uma uzi
me faz de alvo
de repente
vi meu escalpo
sangrar
feliz
em suas mãos

herói sem nome
frente ao espelho
diz;
- olá!

bússola sem controle
faz o caminho correto
leva
a lugar nenhum

seres devassos
sussurram preces bucólicas
um cai
outro levanta
traz migalhas de carinho

minha metade homem
sente saudade
a outra
sonha ainda te encontrar

lobos
(os donos da noite)
querem acabar com
a solidão

frestas de desejo
(suave toque)
comandado pelo
derradeiro sopro da vida

maltrapilhos
famintos
cobiçam o beijo do luar
a mão que acaricia
o amor

o grande pano
dá seu último cochilo
fico sentado
impaciente

aguardo uma
             continuação


(J.Geraldo Neres)


voltar última atualização: 24/03/2006
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