A Garganta da Serpente

J.C. Cavalcante

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SAUDADE, dor

Meu coração dói de saudades, uma dor profunda, um real inexistente. A saudade não cuida de mim agora, ela me busca no passado, reinventa. Eu olho meu amanhã com esperança, mas fico a imaginar se meu hoje será motivo de uma dor tão intensa, porque saudade é dor que se faz agora, é lembrança amarga mesmo que doce à memória. A saudade não brinca de transigir, não finge entender, se não é hipócrita, também não é amiga e confidente, expõe a fraqueza e toca na ferida, explicita um quadro velho na parede. Eu quero sim a saudade, porque tenho passado que me alimenta, que me põe de frente a verdade e não me esconde o meu medo, mas quero uma saudade, as vezes ausente, quando, por acaso, tiver que buscar um motivo diferente, para lá na frente, outra saudade se mostrar presente.


(J.C. Cavalcante)


voltar última atualização: 10/07/2009
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