A Garganta da Serpente

JB Alencastro

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Silêncio das árvores

Você chega agitada
Meu colo lhe aguarda
Aconchega milimetricamente
E relaxa

Sou homem de paina
Macio e sólido
Tronco com espinhos
E flores rosas no topo

Só escuta meu peito de lenhador
Que colhe galhos de palavras
Por versos aí
Faz-se silêncio

Daqueles bem reveladores
Não vou dizer nada
Absolutamente calmo
Palpitam soluços

Vai desmanchando
Desnuda mulher
Toco-lhe em cascas
Que conheço

Não sei em que vida
Fomos tão unidos
Simbiose magistral
Gamados

Sou paineira
Você também
É gameleira
E eu, digo-lhe : vem!


(JB Alencastro)


voltar última atualização: 20/05/2008
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