A Garganta da Serpente

JB Alencastro

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Na Chuva

Chove hoje pela minha janela
Escrevo e estou relaxado
Vento escurece tarde de sol
Calor se esvai e mesmo assim quente fico

Imagino amando na relva
Suor molhado, doce e sal
Ventos e giro de folhas
Selva fofa, cama de poucos

Talvez na rede estamos entrelaçados
Café pelando e nús
Balançamos ao sabor
de nossos sabores

Outra situação é no meio de todos
E ninguém nos vê
Ou será que nada nos perturba
Na sanha de amarmos na chuva?

Granizo pode até pinicar minhas costas
Ou arranhar as suas
Porque não há posição definida
Para choques de naturezas tão próximas

Aí chega um momento
Em que a precipitação cessa
E nos achamos ali, arfando
Umidades e intimidades

Conversa em pingos
Névoa paira sobre corpos fortes
Somos invencíveis e poderosos
Ouvimos o som dos deuses

Batendo em nossos tetos
E aí o que fazer? Pode até chover...
O bichos saem das tocas, vida continua
E só nos resta, amar novamente!


(JB Alencastro)


voltar última atualização: 20/05/2008
10263 visitas desde 11/03/2008
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente