A JANELA DOS VENTOS
talvez apenas sorrir...
abrir, de par em par,
a janela dos ventos
tão sólidas e quentes
mato alto correndo
em suas ondulações
assovios de saudades
saciadas rememoradas
criamos umas arestas
nos criamos criaturas
de pontes
alargadas sombras
nesses poentes
...... era outro o chamado
diversa a apreensão
mas.......
amanheceu um rastro
sangue colorido
em tintas pregadas
retintas de dor
..... diverso
controverso
parece que não nos segue o coração
é montado em facetas soníferas
alegres e benditas e
...........
despeço-me ou esfumaço-me
ou escorro-me nas fímbrias
fibrosas enganosas e
recordações....
ao deus poente chegamos
indefesos
devassados
aos filósofos dobramos
a religião
convicção
do rebatido limite
das sensações
condição humana
impiedosa
afogada de contradição
a benção é o esquecimento
vento
vento
vento
vento.....
(Jandira Zanchi)
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