BALÃO DE ENSAIO
Estremeço, quando me envio
aos anjos piscados nas piscadelas
pisoteadas da sombra das horas
uns frutos sem mágoa estirados ao estilo
de rebuços e alfinetes ao léu da lâmina azul
viril e saliente o desejos de esquecer .
Desejo-me ao vento com um esquecimento
de lua morna em dia azul
luminoso e cordel
- nos ruídos do balão de ensaio -
fremente freqüência
de entrega aspirados, estúpido brinquedo
o válido bom senso.
A música do dia nem sempre o acompanha
na extensão do estribilho, antes, lúcida
em suas hostes, comumente se retraí no
ângulo reto central e curvilíneo
do Astro Altaneiro, enfeitiçado de amarelo
e puído de auréola bravia e consciente ,
enfim, calam-se os primários brados dos
mares estirados à muito ritmo
até que se concentrem as faces dos libertos
que ensaiam dança e vocábulo em uns meneios
aspirados a cada retomada na
longa e breve inspiração do sorriso.
(Jandira Zanchi)
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