Soneto da vida
Enquanto vivo, só uma imagem
Depois de morto, uma lembrança
Em tempo breve, uma passagem
Ao paraíso, a alma alcança
Em luz avista o tempo animado
No escuro sonha...descanso eterno
Viver barroco, qual dizimada
Vai a milhão do céu ao inferno
E lá no espaço dos suicidas
No baixo ventre das parricidas
E os depressivos sobreviventes
No mel e o fel que traz na boca
Da vida cruel, a vida louca
Há um espírito de ser vivente
(Jaime Marques)
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