A Garganta da Serpente

Jailson Santos

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MADRUGADA

É madrugada então tranqüilo e triste me deito
Com uma dúvida inefável , com esta chama queimando o meu peito
Fazendo arder nas labaredas do fogo o meu coração
Será que tudo foi em vão ...?

Não sei se os seus vocábulos são uma promessa ou uma ameaça .
Pois se eu me aproximo você me escorraça !
E ao mesmo tempo envolve-me com este olhar penetrante
Tantas perguntas , tantas palavras e não houve declaração um só instante

É sempre assim você primeiro me elogia, me ganha , me prende , me chantagia ...
Depois me despreza, me perde, me solta, e me deixa em agonia.
Mas este é o fruto de um amor avesso
Dado e ao mesmo tempo negado a um poeta carente, a um garoto travesso .

Escravo dos amores impossíveis .
Senhor de tantas palavras indizíveis .
Presa fácil que corre em sua direção , que tenta fugir e se adere
A este corpo coberto de tentações e que fere

Sem piedade as minhas reais ilusões
A minha carne inocente treme diante da força destas atrações
A minha boca padece de ânsias sentindo a falta do teu beijo
Oh ! se eu conseguisse libertar-me deste louco desejo

O mesmo que você não me deixou viver
Valha-me ou tão logo irei morrer
Neste mar de desejos
Afogando-me pouco a pouco por entre as ondas da solidão sem as gotículas das salivas dos teus beijos.


(Jailson Santos)


voltar última atualização: 14/07/2004
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