A Garganta da Serpente

Jailson Santos

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eu suspirei, tu suspiraste, nós suspiramos na primavera

não sei...mas é bem provável que possa existir
outros poetas, outros corações que suspirem igual a mim.
mas por esta moça eu sei que jamais
ninguém há de suspirar assim nunca mais.
eu suspirei, tu suspiraste, nós suspiramos na primavera.

já não sei se estou lúcido ou se deliro
minha mente registra esta beleza inigualável
meu deus todas as vezes que a vejo suspiro...
e um estranho desejo rasga-me o peito, pois é incontrolável.
eu suspirei, tu suspiraste, nós suspiramos na primavera.

o mundo ao meu redor é cheio de esplendor
as meninas dos meus olhos ficaram cegas de tanto vê-la
contemplo por horas a tua face meiga e suporto a minha dor
com o coração apertado, suspirando por tê-la.
eu suspirei, tu suspiraste, nós suspiramos na primavera.

com os meus próprios amigos tu revelas os teus segredos
as tuas desilusões e experiências com o dissabor
suspiras tanto e não conta para mim à razão deste teu medo
tento entender porque você não entende estes suspiros de amor
eu suspirei, tu suspiraste, nós suspiramos na primavera.

por que você brinca de se entregar?
suspirando em minha presença para me prender, para me ganhar.
já não sei mais o que sinto e dói-me o pensamento só de pensar...
na realidade eu tenho medo do medo de ter medo de te amar!
eu suspirei, tu suspiraste, nós suspiramos na primavera.

a minha boca, os meus lábios padecem de ânsia e desejo.
meu corpo já enfraquecido suspira e o seu treme suspirando
o suor cola o meu peito em seios na loucura de um beijo
em estranhos anseios nossas almas se vão delirando
pois suspiramos e suspiraremos um pelo outro sorrindo ou chorando


(Jailson Santos)


voltar última atualização: 14/07/2004
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