A Garganta da Serpente

Ivy Marie Rousseau

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

ESCRAVA

Entre a concentração e o dar-se
o gratuito e a disponibilidade,
apoiando num amor em chamas,
num corpo amoroso cheio de desejos
onde a planície bordada de olhos d'água
os templos votivos de cor carnada
enluarado pelos lactantes seios opulentos,
cachos de bananas descascadas,
uma a uma, nuas e curvas...

Emblemadas de figuras erigidas...
na fonte iniciática do amor...
dedicacia mágica do templo
nascimento do corpo erótico
como deusa viva surge
revolvendo a terra dançando com os braços,
enquanto marcas sobem por suas meias,
com a máscara carmim ocultada
entre gorjeios azuis...

as poucas coisas da perdição
nos ensinam a olhar os trezes céus que iluminam
ao redor da árvore de pedra,
o triangulo amoroso,
a montanha dupla aparece
rodeado pela dança das cadeiras
das dançarinas entrelaçadas

seus seios esculpidos no trono que escorre
num tablado musical,
as concubinas no pátio dourado,
pela volúpia das tardes flamejantes,
de rosas e raios turquesa...
pelo adormecer de um começo intimo,
a visão incendeia vossos olhos,
ao redor de meu ser em corações
apaixonada pelo seu encanto,
sua sedução cor de prata...

a dançarina dentro do prato,
precisa do poste para ser amarrada..
num abraço carnal que se desvela
o desejo de corpos enlaçados..
desdobrando-se arqueada
numa posição que indica a mata amorosa..
na linguagem dos desejos eróticos..


(Ivy Marie Rousseau)


voltar última atualização: 31/03/2009
17166 visitas desde 07/10/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente