A Garganta da Serpente

Hermanno Guimarães

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Cordilheira

Imaginas um paredão
Um sopé de cordilheira
Sem vales que se cruze a salvo
Nem irrefreável amor que te atrevas.

Pensas no instransponível que tenta desafiador
Um impossível
muito acima de tuas telúricas forças,
Um baço horizonte,
Bem longe
Quase como uma retilínea noite.

Sintas o insuspeitado latente,
o incógnito,
Aquele que te vigia calado
E que te varres com os olhos
a nuca.

E, em meio ao suor,
sobre o que nada mais te resta a fazer
E que se foi,
Antes que o dedo movesse
O teu esforço na causa que ignoras
A lucidez da barganha que procuras
Na tua mecânica, peças que se ajustem.

E não chores, menino,
Recolhido a um canto,
Nem te esvaias em lágrimas,
Até te evaporares.


(Hermanno Guimarães)


voltar última atualização: 26/12/2007
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