A Garganta da Serpente

Hermanno Guimarães

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Construção

Os tijolos de minha pretensa realidade
Estão despencando
Lentamente

Aliás, me atrevo cada vez mais desejando
Que não passem de barro gerado
Em mil vidas varejo

Reponho dois às vezes três
Nas demolidas paredes inteiras
Mas o castelo é interminável
A obra é interminável
Tudo é escandalosamente interminável!

Do meu imaginado recomeço
Reflito:
Quem me alvará?

Debruçado diante da tarde que lenta vai
Vislumbro uma idéia letal:
Não existem telhas!


(Hermanno Guimarães)


voltar última atualização: 26/12/2007
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