Quebrando pratos
Hoje eu quero quebrar os pratos
Pintar um verme na sua cor e bandeira
Triturar dentro de mim os seus rastros
Antes que eu me quebre por inteira.
Hoje eu quero quebradeira
E quero uma boa dose de veneno
A harmonia na pausa e no contra-tempo
A tristeza e alegria de uma dança grega.
Hoje eu quero me vestir de rato
Para roer sua intolerância e destreza
Para carcomer sua falsidade e tormento.
Para provocar o seu entorpecimento
Para vomitar nos calços de sua firmeza
Para tirar os cadarços de seus sapatos.
Poema extraído do livro: Agá-Efe: entre ruínas
& quimeras (prosa&poesia).
(FERNANDES, Hercília: 2006, p. 80).
(Hercília Fernandes)
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