A Garganta da Serpente

Heloisa Galvez

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Tateando Paredes

Acordei tateando paredes
Porta do banheiro cadê
Interruptor cadê
Apenas eu e paredes
Labirínticas, anímicas...
Riram de mim,
Jogavam-me de um lado para outro
Quis gritar
Gesso, tinta, tijolos.
Calaram minha voz
Estava presa entre paredes
Nós de um marinheiro algoz
Paredes cerebrais
Estava dentre de mim mesma
Oi trapezista
Oi malabarista bipolar
Oi interno lar

Quero sair daqui
Falei
Saia
Falaram
Os anões me empurraram
Pelo buraco do ouvido
Sai de mim, enfim...
Vi a porta do banheiro,
E o interruptor
Luz! E consciência
Em breve estarei de novo
Entre as paredes psicodélicas
Feitas de massa cerebral
Para sempre
Meu itinerante,
Errante...
Umbral


(Heloisa Galvez)


voltar última atualização: 26/10/2010
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