A Garganta da Serpente

Helena Lins

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

NINGUÉM REPARA

Quebra-se o cristal da noite
Com o nascer do dia,
Já ninguém repara tanta beleza.
O desabrochar de uma flor,
O suspiro inocente do amor,
O João de barro-arquiteto da natureza-
Que constrói o seu ninho
Com carinho, com destreza.
Já ninguém repara.

O canto da cigarra
Chamando o fim do dia,
A harmonia musical do entardecer
Na sublime hora da Ave Maria:
O coaxar dos sapos no brejo
Invadindo a noite silenciosa
Com a lua no céu, tão clara...
Há já ninguém repara ninguém repara!...

A poetisa olha
Ninguém repara;
Ela chora...
Ninguém repara!

(12-01-2009)

(Helena Lins)


voltar última atualização: 26/03/2009
11371 visitas desde 09/01/2009

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente