A Garganta da Serpente

Hadan F. Porfírio

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Canções da Meia-noite

"Vislumbro a autora - que fôra outrora?
Da noite - amada
De amores puros
Em eterna madrugada?

Que canções! Que corais!
Quem despreza cânticos tão angelicais?
Alambrek! Ishitar, questrofe Alambrek!
São nossas perversões e encontram-se tais e quais"

Que luares! E que madrugadas!
Que canções - eis os meus amores
Aberrações desalmadas -
Cânticos de puros temores

Amaldiçoe-me, eis que mereço -
Odiai-me, eis que busquei
Por amor a ti é que pereço,
E só por te amar é pequei!

Agonia! Agonia é o que sinto agora
Canta-me cânticos de temor
De amantes que só perecem em amor,
Porque chegaste, enfim, a minha hora!

Ah! Madrugada de tão belos cânticos
Cânticos de amores apaixonados
Volúpias da carne - eis outra face do amor - e do romântico
Lança a pureza dos querubins à beleza dos anjos caídos

Cânticos da volúpia
Das correntes e do ardor
Do mordiscar e dos gemidos
Dos gritos de prazer e de dor!

Eu sinto - eu pressinto
Os gritos de prazer dos escravos
E os gritos de ordem e de dominação de seu senhor
Isto é ser humano!

Que serve o homem
Senão para sentir dor e prazer -
Ainda que sem ou com dor?

Por mais repúdio que traga
Sei que para muitos essa é a única forma de amor


(Hadan F. Porfírio)


voltar última atualização: 25/03/2010
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