A Garganta da Serpente

Hadan F. Porfírio

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Go to hell

Em tormento que assola nossos amores
Discórdias em dias fúteis e séquidas delícias
Abracax ri de nossas desgraças
Enquanto me desfaleço em vazias palavras

Do anjo negro que outrora fora belo
Regado de empatia e luxúria que esvaía de minh'alma
Resta tão somente o escarro e o escárnio
De momento que me atormentam a mente e a alma

Confundo meus próprios sentimentos
E o que desejo assombra-me quando possível
Já não sinto glorioso meu amor
Mas sua ausência ameaça matar-me

Sou Satan, que rebela e renega seu amor
Sou Lúcifer, que egocêntrico deturpa seus próprios desejos
Mas estou triste e não há o que possa me consolar -
Carrego meu fardo e este é maior do que posso suportar

"Ama-te a ti mesmo acima de todas as coisas"
Mas como fazê-lo, se fiz-me de escravo e tolo
Para manter meu amor?

Sou angústia - e entristeço-me em minhas amarguras
Me afogo em minhas próprias lágrimas

Que derramo voluntariamente em meu leito

Devo perdê-la?
O que ma acontecerá?
Schakal dos infernos, por quê me consome a alma?

Sou um infeliz libertino
Porque enfim me apaixonei
E esta paixão me consome como um câncer

Sou filho das trevas
Que idolatra e revive seu amor fracassado
Que se alimenta e exige amores impossíveis

"Maldito! Que o carreguem!"
"Amou demais, o pobre diabo..."
"Que apodreça, enfim!"
"Não o atormenteis, já jaz morto, apesar de ainda sustentar seus sonhos..."


(Hadan F. Porfírio)


voltar última atualização: 25/03/2010
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