Dádivas e Dívidas Divididas

O décimo primeiro mandamento escondido
Perdido entre os sinais espalhados no tempo
Nos ventos que sopram sem saber a direção
O sublime se redime em registros arquivados
Os números são meras coincidências irrelevantes
Semblantes amedrontados por simples notícias
Dias que parecem noites de lua nova e cansada
Num anúncio de paz que não podem nos dar
Cavaleiros guerreiros fugindo das batalhas
Entrando em conflito com a própria imagem
As vantagens dos fortes se solidificam
Multiplicam de acordo com os medos vizinhos
Estas alvoradas devoradas pelas forças bélicas
O clero desconfiado de um passo em falso
Um calço nas bases vulneráveis ao imprevisto
Um cisto na alma de uma humanidade algemada
Condolências severas numa era de aquário
Uma hilária detenção em paredes de vidro
Esses vestígios de perigos na nova ordem
Um forte indicio de um próximo vicio
Parece tão engraçado esconder a dor
Que cresce gradativamente a destruição
Parece tão simples uma retaliação
Que torna complexo o que mais simples parece

(Guilherme Pirajá Cardoso)