A Garganta da Serpente

Guilherme Boldrin

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Desatar

Desatando nós
pela eternidade
desatando-nos
estou
os nós se duplicam
as correntes enferrujam
mas prossigo
com os dedos sujos
emaranhado cego
me rasgo e me firo
prefiro assim
uma atitude sem fim
eu escolho, eu persigo
Desatando nós
pela eternidade
eu persigo o destino
a imortalidade
desato-me
da minha inutilidade
tenho função
me imponho cruel
pra meu próprio déspota
desato nós
até caírem meu dedos
até ficar liso e comprido
como uma linha do tempo
pra que eu escorregue
sem medo
pro abismo do fim.


(Guilherme Boldrin)


voltar última atualização: 10/12/2008
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