A Garganta da Serpente

Grenda Phinochio

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Ausência

Quando na tua ausência
na cama adormecida permaneço.
Nestes vagos dias de abandono.
Este instante passa ligeiro.
E meu viver é recanto de dor.
Recordando aqueles doces momentos
Esquecidos ao relento.
Lembro teus olhos luzentes
Fitando-me e olhando-me carentes.
Lembro ainda, teu sorriso
Teu afago desinibido.
Tuas mãos afagando-me com carinho.
Teus lábios incendiando-me a boca
Num arroubo inflamado.
E de uma sonoridade indefinida
Tua voz rouca
Fazia-me fremir em descompasso.
À noite, irrompe a escuridão dentro de mim.
E de ti, já tão ausente,
Busco no brilho das estrelas cadentes
Reviver os antigos sentimentos.
E no silêncio adormecido do meu corpo
Rogo a Deus que leve consigo a saudade
E que só de esperança eu viva.
De sonhar que um dia 'inda hás de retornar.
E como uma serva em sua inocente vigília
Velarei teus íntimos desejos.
E aos teus pés curvar-me-ei em prantos
Ao saber-te presente.
Fitando-me com um sorriso brando.
Recostando-me em teu peito quente
E embalando meus sonhos mais inocentes...


(Grenda Phinochio)


voltar última atualização: 21/07/2009
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