A Garganta da Serpente

Grenda Phinochio

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Lamentos

Lamentos constantes, ouço-os eternamente.
Aquela dor alucinante que, em vão,
procura o réu debutante,
a fim de no ouvido soprar-lhe
a avidez daquele instante.
Gritos; sussurros; sorrisos; lágrimas constantes.
Rumores noturnos
que se agregam aos transeuntes
visitantes.
Vidas que norteiam por vales esquecidos por Deus,
e que transpassam o invisível
- o oculto-
como um círculo da loucura e do vício.
Que circunda o imaginário coletivo,
penetrando o fundo do olhar noturno e moribundo.
E através do portal do Mundo,
lança-se aos ventos que sopram em direção ao sul.
O profundo é sério, porque me instiga e me inspira.
As profundezas do mistério me fascinam,
e se multiplicam em constantes inquietação
da alma queda e silenciosa.
E se não fora esta inadiável busca pelo insondável,
jamais o teria encontrado nesta vasta miragem
a desertos descampados.
Jurei aprofundar-me mais nesta busca.
Mas, o fascínio que me encobre o rosto,
decerto que me ofusca.
E já não posso percorrer o insondável,
porque nele, me anulei por inteiro.


(Grenda Phinochio)


voltar última atualização: 21/07/2009
9876 visitas desde 23/02/2009

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente