Lamentos
Lamentos constantes, ouço-os eternamente.
Aquela dor alucinante que, em vão,
procura o réu debutante,
a fim de no ouvido soprar-lhe
a avidez daquele instante.
Gritos; sussurros; sorrisos; lágrimas constantes.
Rumores noturnos
que se agregam aos transeuntes
visitantes.
Vidas que norteiam por vales esquecidos por Deus,
e que transpassam o invisível
- o oculto-
como um círculo da loucura e do vício.
Que circunda o imaginário coletivo,
penetrando o fundo do olhar noturno e moribundo.
E através do portal do Mundo,
lança-se aos ventos que sopram em direção ao sul.
O profundo é sério, porque me instiga e me inspira.
As profundezas do mistério me fascinam,
e se multiplicam em constantes inquietação
da alma queda e silenciosa.
E se não fora esta inadiável busca pelo insondável,
jamais o teria encontrado nesta vasta miragem
a desertos descampados.
Jurei aprofundar-me mais nesta busca.
Mas, o fascínio que me encobre o rosto,
decerto que me ofusca.
E já não posso percorrer o insondável,
porque nele, me anulei por inteiro.
(Grenda Phinochio)
|